quarta-feira, 25 de abril de 2012

desaguar

As águas de março já fecharam o verão. Esperando promessa de vida no meu coração. Parafraseando Tom Jobim para lembrar que os meses passam como um raio, os dias então...Mas continuamos como no ritmo da música; é forte, é seco, é ritmado como o labor do cotidiano. Soa duro, soa pesado, às vezes, mas é canto, é encantador perceber no fim de tudo a melodia, a sintonia do compasso de nós mesmos e nosso amor.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lapso

Já passou setembro. Nem teve um relato aqui esse mês, era um plano pessoal. Mas as urgências cotidianas nem sempre permitem o tempo de parar, de pensar e de se inspirar especialmente. O mundo pós moderno cobra de nós, produtividade, felicidade, visibilidade,  autenticidade, beleza, sucesso, etc., etc., etc... enfim perfeição. Não questionamos muito. Seguimos um fluxo quase autómatos. Se o plural das afirmações anteriores tá abarcando gente demais, assumo, ao menos eu, ando nesse ritmo ultimamente.
 Mas considero essa consciência, já uma forma de questionamento e decido (ao menos vez ou outra) resistir e olhar e ouvir e ver uma outra possibilidade de estar no mundo. Fazendo pouco, a parte que me cabe; seguindo os princípios, mudando algumas idéias, buscando agir com compaixão, com humanidade, assim, imperfeitamente; buscando pacificar essa ansiedade do que não está sob o meu controle.

“Ser não é permitir que a vida nos atravesse e agite?”

domingo, 7 de agosto de 2011

do que não permanece

A tristeza. Passageira graças a Deus. Mas é necessário confrontar nossas certezas, o modo como nos vemos e como somos vistos. Questionar nossas próprias atitudes, antes de qualquer pessoa, porque isso será feito cedo ou tarde, e se temos dúvidas, podemos nos deixar levar por impressões que talvez nem correspondam a nossa essência, e se correspondem, quem pode dizer se isso é mau ou bom?  Se é errado ou correto? As coisas devem ser analisadas num contexto sim,  muita coisa é relativa, embora nem tudo. E ponderar é trabalho árduo, complicado. Devemos ter a sensibilidade pra perceber nossos próprios valores e a força pra resistir o que nos impõem, e que não agrega verdade à nossa vida. É fazer escolhas, é também lidar, sabiamente, com o não escolhido, com aquilo que nos vem sem perguntar se é bem quisto ou não, apenas acontece. Enfim, divagações e tagarelices à parte, fica o registro e as tentativas de se entender, ou no mínimo fazer de cada parada nos sentidos, um novo ponto de partida, como já li por aí. E pra motivar a reflexão acerca do nosso  viver, me inspiro em Guimarães Rosa : 

 'Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas."

quarta-feira, 29 de junho de 2011

in fluência

Está na hora, de novo, agora, definitivamente de mudar as perspectivas. Me recuso a aceitar essa imposição do imutável, do engessamento para o que é dissabor, desamor, descolor, essa tendência para o que é dor. Desse pre-fixo apenas o suficiente pra descongelar as emoções e impulsionar o ato. Desatar em riso, em choro mas passar para o próximo sentimento, sempre  e muito preferencialmente para as coisas mais delicadas, tênues , para que não seja cansativo. Cansar apenas desse movimento revigorante, dessa dança envolvente que é viver, mas mesmo assim está sempre disposta a mais uma valsa, fazer coreografias improváveis e alegres com a delicadeza.

A intenção inicial não era essa, não era esse texto, mas sou a favor da palavra impulsiva também, das letras que derramamos de forma incontida sob os dedos, pra fazer fluir as coisas que temos dentro, esvaziar o coração, a mente, e deixar vir ar, arejar e receber a novidade de cada dia...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

perspectivas

Admirada, do lugar  onde estou agora, olho a cena opaca que antes me ofuscava a vista; percebo que o brilho vinha do meus olhos mesmo e não da imagem que mirava. Um pouco de tristeza na constatação que até o encanto é finito, é passageiro, mas muita alegria na liberdade que vem junto com as mudanças, com o movimento da vida, que muda também os sentimentos, os desejos e nos desprende da sensação de que só é possível ser feliz tal tempo, com certo alguém, naquele lugar, pensando assim. Há uma fragilidade que desmancha as coisas, os fatos que mais me comovem, me movem e o que resiste é a transitoriedade  que me carrega delicadamente em seu ritmo. E quando percebo, sou outra, estou aqui, surpreendendo-me com o próprio caminho, serena.

sábado, 12 de março de 2011

sentido

Coragem!
É a palavra do dia,
é o grito de ordem.

Coragem!
Repito, tremo.

Coragem!
Repito, sigo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

novo ano, velhos dilemas

e não é mesmo que o círculo da vida vive a girar? Um dia  quero quem não me quer outro dia me quer quem não quero. Falando apenas em amores por que são muitos maiores os demais dilemas. Mas são os afetos e os desafetos que nos impulsionam pras outras áreas dessa roda-viva, o motor é mesmo o sentimento ou o não sentimento. Tudo gira em torno dos desejos, nossos, alheios. Talvez se fosse calmaria e sossego apenas, não houvesse progresso, evolução, andamento e tudo quedasse no marasmo triste. Que venham os desamores, os dissabores, porque tudo é passageiro e temos que aproveitar a viagem em todos os detalhes, a parte que não esperávamos também conta e enfim, como diz a canção "Pois seja o que vier, venha o que vier". As coisas boas, as alegrias e os amores também não tardam, a gente espera e acredita.
Oxalá!
Cora